B4F

boletim informativo
EDITORIAL

Com a época desportiva em fase de recuperação do tempo perdido algumas reflexões: da esperança por um regresso à normalidade, passando pela preocupação com o sentimento de insegurança de muitos praticantes, até à indignação sobre a ligeireza com que são tomadas algumas decisões que ferem os regulamentos em vigor e, em alguns casos, atentam mesmo contra a verdade desportiva. Ainda a procissão vai no adro e são já muitos os casos.

Mas o meu editorial de hoje tem uma vertente mais pessoal, porque é tempo de clarificar algumas coisas. A minha ligação ao bridge começou há quase 42 anos. Ao longo desse período fiz de tudo um pouco: árbitro oficial durante 35 anos, monitor oficial durante 32 anos, formador de árbitros e monitores, com passagem por várias Direcções e Conselhos da FPB e mais recentemente da ARBL. O que fiz menos foi mesmo jogar bridge, que é a minha verdadeira paixão. 

Quando terminei o meu mandato na Direcção da ARBL tomei a decisão de me afastar de qualquer cargo dirigente. Apoiei e “fiz campanha” pelos actuais dirigentes da FPB e da ARBL e, como sempre aconteceu no passado, concordei e discordei das decisões que foram tomando, mas sempre no frente a frente e não nas zonas cinzentas da má-língua de alcatifa. Nos fóruns próprios expressei as minhas ideias, assinei os meus artigos de opinião. Nunca ninguém me ouviu uma crítica ou um elogio que não fosse previamente expressa aos destinatários. As divergências conhecidas e públicas com as actuais Direcções da FPB e da ARBL foram sempre assumidas nos locais próprios e não nos mentideiros oficiosos.   

E para que conste, eu só discuto com quem vale a pena discutir, o que significa que os actuais dirigentes federativos podem contar com a minha crítica mas, acima de tudo, com a minha lealdade institucional. E foi em nome dessa lealdade que abandonei todas as minhas ligações à ARBL e à FPB. Aos que me tentam ligar ao papel de influencer da FPB, bem como os que me ligam a movimentos oposicionistas (a maior parte deles navegam nos dois campos conforme dá jeito) a minha repulsa pela (conhecida) estratégia.

Importante mesmo é que o B4F tem 94 praticantes licenciados na FPB. Importante é que, por muita comichão que tal facto cause a alguns, cá continuamos no nosso caminho, defendendo as nossas ideias e tentando dar um contributo positivo para o desenvolvimento da modalidade. O resto é só o resto e a caravana continua a passar.

Este é um ano de grandes decisões para o B4F. O mandato da actual Direcção do termina no 1º trimestre de 2023. Uma vez que estamos determinados a não nos recandidatarmos, está em estudo a possibilidade de antecipar as eleições para o início de Novembro do corrente. A ideia é que o Plano de Actividades e o Orçamento para 2023 seja já elaborado pela nova Direcção. 

Estamos certos que haverá candidatos ao leme do B4F e que quem nos suceder continuará a contar com a nossa colaboração. Mãos à obra! 

Luis Oliveira

BREVES

A prova de equipas da ARBL está a entrar na sua fase decisiva no que respeita, não só à atribuição do título de campeão regional, mas também nas equipas que representarão a ARBL no campeonato nacional.

Nos pares seniores o pódio ficou constituído por João P Rocha Pinto – Acácio Figueiredo (1º), Francisco Costa Cabral – António O Monteiro (2º) e Inocêncio Araújo – Luis Oliveira (3º).

Os pares mistos, para não fugir à regra, originaram mais uma confusão. A volatilidade dos regulamentos nunca foi boa política. 

Esperemos por dias melhores!

O CANTINHO DA TÉCNICA - Quadras soltas

Algumas questões interessantes

1

OESTE                              ESTE                                                           NORTE     ESTE     SUL     OESTE 
♠ R108                              ♠ V93                                                                           1♦          P          1♥
♥ AR987                           ♥ 532                                                          P               1ST        P          3ST
♦ D2                                  ♦ ARV10
♣ 753                                ♣ R84                                                         Saída: ♣2 (1-2-4)

P: Qual o seu plano de jogo? 

2

Nos leilões competitivos, todos os dias vão surgindo novas ferramentas. Ora aqui ficam algumas questões:

OESTE                                                                                   N               E            S          O

♠ R105                                                                                  P                1♥          2♦        ?
♥ A987                                                                            
♦ 82
♣ RV32

OESTE                                                                                   N               E            S          O

♠ R105                                                                                  P                1♥          2♦        ?
♥ A98                                                                            
♦ 832
♣ RV32

4

OESTE                                                                                   N               E            S          O

♠ R105                                                                                  P                1♥          2♦        ?
♥ A987                                                                            
♦ 82
♣ V832

O CANTINHO DA TÉCNICA (as nossas respostas)

Caso 1

Nos contratos de ST o plano de jogo consiste em contar ganhantes e tentar encontrar a solução para descobrir o que falta para cumprir o contrato. Mas será suficiente? Vamos então contar ganhantes na mão: 2 copas, 4 oiros e 1 pau (depois da saída).

O óbvio plano de jogo para descobrir as 2 vazas em falta passa pelo naipe de copas. O declarante ganha a vaza de saída e lá vai uma copa em branco esperando pelo naipe 3-2. E estava, mas não chegou. Porquê? 

Porque a defesa tirou 5 vazas antes do declarante fazer as suas 9 – 1 espada (pelo menos) + 1 copa + 3 paus. Azar? Talvez não. Tivesse o declarante contado as perdentes também e teria ficado a saber que o apuramento das copas era um plano condenado à partida. A única hipótese de ser feliz é apostar tudo no naipe de espadas, esperando pela boa colocação da Dama. A solução passa por, ganha a vaza de saída, jogar espada para o 8! Se a ♠D estiver bem pode contar 9 vazas. A defesa não consegue fazer mais que 3 vazas a paus e 1 espada.

Caso 2

Não havendo nenhuma ferramenta específica para as 4 cartas de apoio a solução é o cuebid. Compare-se, no entanto, esta mão com a mão seguinte. Os mesmos 11 pontos mas um potencial completamente diferente. Não só pela 4ª carta de apoio mas, principalmente, porque desapareceu uma perdente. Hoje em dia muitas parcerias optam por utilizar a voz de 2ST quando há competição adversária sobre uma abertura ou uma intervenção do parceiro em rico para mostrar as 4 cartas de apoio e uma mão de convite ou mais.

Caso 3

Adoptando a ferramenta apresentada em 2., agora sim o cuebid, que mostra uma mão de convite ou mais mas com menos uma carta de apoio.

Caso 4

Também nestas situações é possível distinguir as 3 das 4 cartas de apoio. Com 3 cartas joga-se o tradicional apoio directo. Com 4 cartas, na zona do bom apoio (7-9) utiliza-se o mixed raise. Como funciona? Sempre que a voz de 3♣ está disponível em salto, mostra 4 cartas de apoio. No caso presente a utilização do mixed raise seria em 3♥, primeira voz em salto disponível depois da intervenção.

 

0 Comments