Manual de Iniciação ao Bridge

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Capítulo VI - Aberturas em naipe rico - níveis 1 e 2



A técnica da passagem
Vimos anteriormente que as honras garantem vazas desde que sejam cartas mestres, isto é, desde que o campo adversário não possua, em cada momento, uma carta mais alta para realizar a vaza. Da mesma forma, é possível realizar vazas com cartas apuradas. A estas técnicas vamos agora juntar uma outra: a técnica da passagem.

ªR2 Será possível realizar uma vaza no naipe?
Jogando o naipe a partir de Norte, a defesa estará em condições de realizar 2 vazas no naipe.
Jogando o naipe a partir de Sul, o Rei realizará vaza sempre que o Ás esteja no defensor à esquerda. Se este jogar o Ás de imediato, Norte assiste com uma pequena carta e o Rei passa a ser uma carta mestre. Se jogar pequena, o Rei está em condições de fazer a vaza, uma vez que o outro defensor não possui carta mais alta.
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ª75
Ao contrário das vazas realizadas com cartas mestres, esta técnica constitui um processo aleatório, cujo sucesso depende da colocação de determinada carta na mão de um determinado defensor. No nosso exemplo, podendo o Ás estar na posse de qualquer um dos dois defensores, a técnica tem 50% de possibilidades de sucesso.
ªAD Quantas vazas pode o campo realizar no naipe?
Existe agora uma carta mestre, logo uma vaza certa. Uma vez mais, jogando o naipe a partir de Norte, o campo apenas poderá realizar a referida vaza. Mas, jogando-o a partir de Sul, será possível realizar duas vazas, sempre que o Rei esteja na mão do jogador que está antes da combinação «AD»! Para tal, basta que se jogue a Dama sempre que Oeste jogue uma carta pequena.
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ª75
Para os jogadores iniciados, esta técnica comporta um risco, muitas vezes inibidor da sua aplicação: ao jogar a Dama, o declarante pode perder a vaza para o Rei. Embora seja um sentimento natural nesta fase da aprendizagem, existe um vício de raciocínio - se o Rei estiver a seguir à combinação «AD», irá sempre realizar a vaza. Jogar o Ás, apenas adia esta realidade. Ao contrário, ao jogar o Ás, o declarante rejeita a possibilidade de realizar duas vazas no naipe, sempre que o Rei esteja antes da combinação «AD», o que acontece em 50% das situações.
As situações de impasse são muitas, dependendo da carta em falta
ªRV2 Neste caso, na sequência de honras falta a Dama. Com 2 cartas mestres, a que correspondem 2 vazas certas, o declarante pode realizar 3 vazas no naipe, desde que a ªD esteja na posse do adversário à esquerda no diagrama, jogando o ª3 para o ªV.
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ªA63

ªADV Neste exemplo, existe uma carta mestre, o ªA e uma vaza seguramente apurável, por via da combinação ªDV. Aplicando a técnica da passagem, o declarante pode realizar todas as vazas no naipe, desde que o ªR se situe à esquerda no diagrama. Mas, para tal, terá de jogar uma das cartas de Sul para o ªV (ou para a ªD). Caso ganhe a vaza, terá de voltar à mão de Sul num naipe lateral e repetir a manobra.
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ª763

Um último exemplo, com visualização dos 4 jogos:
  ªRD5
©
32
  Nesta fase do jogo, o declarante, em Sul, tem 1 carta mestre - o ©A - e uma vaza seguramente apurável através da combinação ªRD. Vamos imaginar a mão em Sul: o ª3 é jogado e Oeste fornece o ª9. Sul manda jogar a ªD, que faz vaza. Segue-se o ©2, Este assiste com o ©7 e Sul fornece a ©D, ganhando a vaza. Ao repetir a manobra no naipe de espadas, Sul irá garantir 4 das 5 vazas possiveis. Um ganho substancial!!!
ªA109
©
V9

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ªV82
©
R7
  ª743
©
AD
 

Conclusão:

À técnica que consiste em tentar realizar uma vaza com uma carta não mestre, chama-se passagem. Para ser bem sucedida, tem de reunir 2 condições:
> Partir da mão oposta à da carta não mestre, jogando uma pequena carta em direcção a esta.
> Encontrar a carta imediatamente superior à carta não mestre, antes desta


A passagem é uma manobra aleatória: não se pode garantir o seu sucesso, uma vez que depende da forma de jogar do declarante e da colocação de uma determinada carta na mão de um determinado adversário.



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