Manual de Iniciação ao Bridge

Página 3

Prefácio



Prefácio

 por
Luís Oliveira

Passaram-se mais de quinze anos desde que colaborei na produção do manual de iniciação ao bridge, juntamente com a Maria Helena Mateus e o Carlos Marques Pereira. Este haveria de servir de base ao primeiro manual online que publiquei em finais de 2004.

Entretanto, algumas alterações significativas foram introduzidas no método pedagógico original. Justificava-se, assim, esta nova versão do manual, que resolvi apresentar com um novo grafismo e com algumas melhorias de "navegação". Para uma melhor separação entre os diferentes assuntos, o manual foi organizado por "páginas". No final de cada página, encontra os links para regressar ao topo da página, ao índice geral ou para navegar pelas diferentes páginas de cada capítulo. Cada capítulo termina com um conjunto de exemplos práticos, de exercícios e respectivas respostas e com um glossário.

Este trabalho, inserido nas actividades da Escola de Bridge, pretende dar oportunidade a todos os que anseiam por um primeiro contacto com a modalidade, mas que não têm oportunidade de frequentar um curso de iniciação, num dos vários clubes que disponibilizam este serviço. Não sendo, em nossa opinião, a solução ideal para aprender bridge será, para muitos, a solução possível.

Nestes últimos anos, várias têm sido as iniciativas de formação registadas em diferentes regiões. Esta aposta dos clubes na formação marca uma inversão importante na filosofia que imperou durante anos a fio e que foi, em minha opinião, a grande responsável pela quase completa estagnação ou mesmo retrocesso da modalidade. Mas, o facto de se estarem a dar passos importantes no sentido certo, não significa que a solução do problema esteja, para já, à vista. Aos clubes ou, pelo menos, à grande maioria deles, continuam a faltar áreas específicas de competição para jogadores iniciados (no final de um curso de iniciação, os alunos não estão, de forma alguma, habilitados a jogar torneios de regularidade abertos, por mais simpático que seja o ambiente ou por maior que seja a disponibilidade de jogadores mais experientes em jogar com eles.

Mas alguns sinais de mudança deixam-me a esperança de que, finalmente, se está a encarar este assunto com a urgência e a atenção que ele merece. Foram organizados alguns torneios específicos para Iniciados e torneios de acolhimento aos novos praticantes, onde frequentadores do cursos de Iniciação foram emparceirados com jogadores mais experientes e com os monitores dos cursos. Em 2006 começaram a funcionar torneios de regularidade para jogadores iniciados, em simultâneo. Muitas destas acções têm a assinatura da Escola de Bridge mas, felizmente, outros clubes e organizações começam a desenvolver projectos próprios nesta área.

Em meu entender, este é o ÚNICO caminho a seguir. Paralelamente à actividade dos clubes, também a F.P.B. parece acordar para a imperiosa necessidade de ter um plano estratégico para a formação, em especial para o bridge júnior e universitário. Os frutos deste trabalho não são imediatamente visíveis mas não deixarão, num futuro próximo, de apresentar resultados.

Quando, no início de 2005, participei num seminário organizado pela E.B.L. a formação voltou a ser o ponto forte do encontro. Testemunhei, com algum espanto que, na maioria das federações europeias, o panorama está longe de ser animador. Para combater estes sinais negativos, as principais federações europeias acordaram num projecto comum que visa, antes de mais, uniformizar o sistema de marcação. Das conclusões desse encontro dei conta à F.P.B. e foi a partir daí que se começaram a desenvolver esforços reais para trazer a formação para a ordem do dia. Uma área de formação forte, dotada de meios materiais, técnicos e humanos suficientes para o desenvolvimento de uma política corajosa e coerente, são condições absolutamente essenciais para a sobrevivência da modalidade.

A acompanhar uma política eficaz de formação é necessário e urgente reinventar os principais alicerces do bridge federado. A adopção de critérios profundamente elitistas na filosofia federativa é um sinal muito preocupante, que se tem vindo a intensificar e que, não tenho dúvidas, tem sido a causa principal do abandono de muitos jogadores. A este respeito, realço uma das conclusões mais importantes do referido seminário da E.B.L.:
- "...O bridge necessita de todos os jovens jogadores, qualquer que seja o seu nível técnico. A principal mensagem que queremos transmitir é a do carácter social do bridge. Esta característica não distingue os praticantes em função dos seus atributos técnicos..."

O bridge é um jogo absolutamente fascinante, como terão oportunidade de verificar. O prazer em jogá-lo aumenta proporcionalmente com a qualidade do nosso jogo.

Divirtam-se

Luís Oliveira

Nota: Para qualquer esclarecimento contactar:



Página 3


  Regressar ao topo da página

ir para a página seguinte
Ir para o Índice