Mão 18 - Simultâneo nacional 28 Outubro 2013 - (Luis Oliveira)

Dador E, N-S vuln.
Tem a seguinte mão em Este
8

A V 10 9 6 2
A D 10 9 6 5        
O leilão seguiu:

NORTE ESTE  SUL OESTE
  1 2* 3
3 4 P 4
P ?    

*6 cartas, barragem

A mão de Este é o que, na gíria, se costuma designar por um scud. Mas a marcação de copas do parceiro parece ser dissuasora para outros voos para além do contrato de partida.

As questões que se colocam são:

1- Será suficiente a voz de copas do parceiro para levar Este a desistir do cheleme?
2- Se quiser fazer ainda um esforço de cheleme que deve marcar?
3- Supondo que Oeste tinha marcado 5 em vez de 4, qual das opções lhe parece mais construtiva?

A mão era:

Trata-se de um excelente exercício para afinar conceitos de marcação entre parceiros.

A marcação de 4 na 2ª voz do respondente é, na minha opinião, mais construtiva que 5. Assim entendido, creio que ao abridor resta como única opção a marcação de 4, fixando o trunfo e pretendendo obter mais informações do respondente. Ora, se estivermos de acordo até aqui, parece óbvia a opção de marcar 5 primeiro e 5 depois de 5 do abridor.

Aqui chegados, poderá a marcação de 6 ser entendida como uma tentativa de grande cheleme? E, caso assim seja, estará Oeste em condições para marcar 7, atendendo à concentração de valores úteis (cover cards)?

Num leilão a dois, sem intervenção adversária, chegar ao grande cheleme será menos complicado, se bem que sejam necessárias algumas ferramentas e um bom entendimento entre parceiros. A intervenção, no entanto, retira espaço de marcação, tornando problemática mesmo a marcação do pequeno cheleme em oiros, como facilmente se pode constatar pela frequência da mão em causa.

Mais do que analisar o resultado, o importante é a discussão entre parceiros sobre as diferentes fases do leilão e o acertar de princípios para situações futuras. As mãos de cheleme, principalmente de contratos em naipes pobres, é sempre uma zona cinzenta para a grande maioria das parcerias e que merece uma atenção particular.

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