Os
chelemes
Designam-se
por CHELEMES os contratos de
12 vazas (pequeno cheleme) e 13 vazas (grande cheleme). O seu
elevado risco é compensado com uma bonificação
adicional - 500 pontos no primeiro caso e 1000 pontos no segundo
caso. Estamos agora em condições de ver o quadro
completo de marcações em contratos de ST, incluindo
as diferentes bonificações - de parciais, de partidas
e de chelemes - e distinguindo os níveis inúteis
de marcação.
TABELA
DE DECISÃO |
|
NÚMERO DE PONTOS |
CONTRATO |
PONTUAÇÃO |
COMENTÁRIO |
37 a 40 |
7ST (13 vazas) |
1520 pontos
(40+30x6)+300+1000 |
nível
útil |
33 a 36 |
6ST (12 vazas) |
990 pontos
(40+30x5)+300+500 |
nível
útil |
30 a 32 |
5ST (11 vazas) |
460 pontos
(40+30x4)+300 |
nível
inútil |
27 a 29 |
4ST (10 vazas) |
430 pontos
(40+30x3)+300 |
nível
inútil |
25 a 26 |
3ST (9 vazas) |
400 pontos
(40+30x2)+300 |
nível
útil |
23 a 24 |
2ST (8 vazas) |
120 pontos
(40+30x1)+50 |
nível
inútil |
20 a 22 |
1ST (7 vazas) |
90 pontos
(40+50) |
nível
útil |
NOTA: A designação
de nível inútil não significa que deve ser
desprezado. Apenas se refere a níveis de contrato sem
benefícios adicionais relativamente a contratos mais baixos
e, portanto, de menor risco. No entanto, acontece muitas vezes
que, na exaustiva tarefa de troca de informações
em busca do melhor contrato, os jogadores do campo não
conseguem parar no nível mais baixo. Por exemplo, quando
o parceiro abre em 1ST e nós temos 9 pontos, não
podemos ainda saber se existe, ou não, força suficiente
para partida. Marcamos 2ST como forma de perguntar ao parceiro
se ele está no limite superior ou no limite inferior da
abertura. No primeiro caso, ele marca 3ST (partida) mas, no segundo
caso, ele passa, terminando o leilão num contrato de nível
"inútil". Grosso modo, podemos dizer que os
níveis inúteis de contratos correspondem a sequências
de convite para contratos de partida ou de cheleme.
O
apuramento de vazas
Depois
de definido o contrato final, da carta de saída e do aparecimento
do morto, raramente o declarante consegue contar o número
de vazas necessário para o cumprimento do seu contrato.
Possui um determinado número de cartas mestres, com maior
ou menor facilidade convertíveis em vazas (problemas com
bloqueios...). Mas o potencial de um jogo não é
apenas determinado pelo número de cartas mestres existentes.
Existem outras formas de realizar vazas, nomeadamente, promovendo
honras a cartas mestres. Vamos ver um exemplo:
ªRD42
©AD2
¨R852
§AR |
|
ªA3
©R95
¨D974
§8542 |
Com 30 pontos no conjunto
das 2 mãos, Oeste está a jogar um contrato de 3ST.
Ao contar as suas cartas mestres, o declarante verifica ter apenas
8 vazas - 3 espadas, 3 copas e 2 paus. Falta-lhe 1 vaza. A solução
do problema passa pela "promoção" de
uma das honras em oiros a carta mestre. Sacrificando uma das
honras ao ¨A de um dos adversários,
a outra figura de oiros torna-se uma carta mestre, constituindo
a desejada 9ª vaza. |
As
cartas equivalentes
Num determinado
naipe, acontece com frequência que diferentes cartas desempenham
um mesmo papel. Por exemplo:
R95
¨
AD2 |
O naipe tem 3 cartas
mestres e, sendo simétrico, irá produzir 3 vazas,
desde que não se "atropelem" as honras. A ordem
pela qual as cartas são jogadas é indiferente.
Pode, por exemplo, começar por jogar a «D»
para uma carta pequena da outra mão. São cartas
equivalentes. Com efeito, todas as cartas mestres de um determinado
naipe são cartas equivalentes. |
D953
¨
V1062 |
A importante noção
do exemplo anterior pode ser generalizada a cartas não
mestres. Neste exemplo, qualquer das cartas «DV109»
obriga o adversário a jogar uma mesma carta para ganhar
a vaza. Com efeito, quer jogue o «9» quer jogue a
«D», para ganhar a vaza o adversário terá
de jogar, pelo menos, o «R». |
R95
¨
V62 |
Neste caso, «V»
e «R» não
são cartas
equivalentes. O «V» pode ser ganho pela «D»
de um dos adversários e o «R» pelo «A». |
Os mecanismos de apuramento de vazas
Apurar
uma carta consiste em torná-la uma carta mestre por forma
a poder realizar uma vaza. A manobra requer algumas condições:
- ter um número suficiente de cartas equivalentes
- ter um número mínimo de cartas na mão
comprida
- poder ceder a iniciativa ao adversário, uma ou mais
vezes.
|
DV10 |
|
«D»,«V»
e «10» são 3 cartas equivalentes. Ao jogar
uma vez o naipe, o adversário terá de utilizar
o «R» ou o «A» para ganhar a vaza. Na
2ª vez que poder jogar o naipe, o adversário terá
de gastar a sua última carta mestre no naipe para ganhar
a vaza. A 3ª carta do naipe tornou-se, agora, uma carta
mestre e irá realizar 1 vaza. Esta manobra, no entanto,
deu por 2 vezes a iniciativa ao adversário que, curiosamente,
está a realizar manobras semelhantes para os interesses
do seu campo. |
A84 |
¨ |
R963 |
|
752 |
|
|
D75 |
|
O desaparecimento de
uma das cartas equivalentes impossibilita a manobra descrita
no exemplo anterior. Existem apenas 2 cartas equivalentes para
2 cartas mestres na posse dos adversários. O que nos conduz
ao seguinte princípio: |
A96 |
¨ |
R1043 |
|
V82 |
|
É necessário, pelo menos, mais uma carta equivalente
que o número de cartas mestres no naipe, na posse dos
adversários, para promover uma carta a carta mestre. |
O comprimento dos naipes
Outra
das condições diz respeito à necessidade
de ter um número mínimo de cartas em, pelo menos,
uma das mãos do campo para que o apuramento resulte:
|
D10 |
|
O facto de existirem
3 cartas equivalentes no naipe e apenas 2 cartas mestres na posse
dos adversários é uma condição necessária
mas não suficiente. Havendo tantas cartas em cada uma
das mãos do campo quanto cartas mestres existem nas mãos
dos adversários a manobra de apuramento não pode
resultar. As cartas equivalentes tombarão, em simultâneo,
sob uma das cartas mestres dos adversários. O que nos
conduz a um outro princípio: |
A874 |
¨ |
R9653 |
|
V2 |
|
É necessário que uma das mãos do campo tenha,
pelo menos, mais uma carta que o número de cartas mestres
na posse dos adversários. |
Apuramento
de naipes assimétricos
Um naipe
assimétrico pode, também, produzir vazas de apuramento.
Os cuidados a ter são muito semelhantes aos discutidos
no capítulo anterior, quando se tratava de realizar vazas
com cartas mestres em naipes assimétricos. O perigo é
comum aos dois casos - bloqueio do naipe.
|
DV103 |
|
Não existe qualquer
carta mestre no naipe, mas existem 4 cartas equivalentes para
apenas 1 carta mestre na posse dos adversários. o «A».
Tal como estudámos anteriormente, é importante
começar por jogar o «R» para uma carta pequena
de Norte e continuar com uma carta pequena em direcção
a uma das cartas equivalentes. Necessita apenas de 1 entrada
lateral em Norte para garantir 3 vazas no naipe. Se começar
pela carta pequena da mão curta, irá precisar de
2 entradas ou perderá uma vaza - basta o flanco recuar
o «A» 2 vezes. Daqui resulta um novo princípio: |
A965 |
¨ |
872 |
|
R4 |
|
Para apurar vazas num naipe assimétrico, tem de começar
por jogar as cartas equivalentes da mão curta. |
Apuramento
de cartas não equivalentes
Podemos
apurar honras mesmo sem possuir todas as cartas equivalentes:
|
RV5 |
|
Jogando uma pequena
carta para o «V» perde-se para a «D».
Agora existe apenas uma carta nos adversários, o «A»,
superior às 2 cartas do campo Norte-Sul «R10».
O que conduzirá ao apuramento de uma vaza. |
964 |
¨ |
AD87 |
|
1032 |
|
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D1085 |
|
O mesmo princípio
do exemplo anterior. Perderá, sucessivamente, 3 vazas
para as figuras de Este, mas ficará com uma carta apurada
no naipe. |
3 |
¨ |
ARV7 |
|
9642 |
|
|