A
carta de saída
A defesa
tem o privilégio de jogar a primeira carta de uma mão.
É a CARTA
DE SAÍDA!
Dois factores presidem à escolha da carta de saída:
- O naipe de saída, seguindo o princípio de que
os naipes compridos, mesmo sem cartas mestres. têm mais
possibilidades de produzir vazas.
- Escolhido o naipe, há que escolher a que carta desse
naipe se deve sair. Esta escolha irá obedecer a um conjunto
de regras que têm por finalidade ajudar o parceiro a reconstituir,
mesmo que apenas parcialmente, a composição do
naipe escolhido. Estas regras fazem parte de uma técnica
de defesa conhecida por SINALIZAÇÃO.
O jogador que sai tem uma sequência
de honras
Constitui
uma sequência de honras um conjunto de 3 cartas equivalentes
em que, pelo menos, uma delas é uma honra. Por exemplo:
«RDV6»; «DV105»; «109864».
Nestas situações, o jogador escolhe a carta mais
alta da sequência, denominada CABEÇA DE SEQUÊNCIA. Logo, «RDV6»; «DV105»; «109864»
Esta regra apresenta várias vantagens:
- desde logo mostra a existência de, pelo menos, 2 cartas
equivalentes inferiores.
- para ganhar a vaza, o adversário terá de gastar
uma das suas cartas mestres. A saída a uma carta pequena
corre o risco de ver o adversário ganhar a vaza com uma
carta igualmente pequena, conservando todas as cartas mestres
que possuía de início.
O jogador que sai não tem
uma sequência de honras
É
o caso mais frequente. Nesta situação, o jogador
escolhe uma carta pequena, mas não uma carta qualquer.
A carta seleccionada é a 4ª carta do naipe (contagem
feita por ordem decrescente da hierarquia das cartas). Por exemplo:
«RV654»
PRINCÍPIOS A SEGUIR PARA
A CARTA DE SAÍDA
|
ESCOLHA
DO NAIPE |
Naipe
mais comprido |
ESCOLHA
DA CARTA |
Se
com 3 ou mais cartas equivalentes com pelo menos 1 honra »
Cabeça
de sequência |
Sem
sequência » 4ª carta |
A tarefa
da defesa não se resume, no entanto, à escolha
da carta de saída. Muito pelo contrário, a defesa
exige dos dois jogadores do campo uma permanente recolha de informações,
com o objectivo de poderem reconstituir, tão fielmente
quanto possível, as mãos escondidas - do parceiro
e do declarante.
Deduções
sobre a carta de saída
Se bem
que a carta de saída dê uma informação
precisa sobre o teor do naipe, não dá, no entanto,
uma informação precisa quanto ao número
de cartas. O que se sabe é o que deriva do princípio
atrás estudado - saída ao naipe comprido, entendendo-se
por naipe comprido, um naipe com 4 ou mais cartas. Existe assim
a forte possibilidade de o naipe escolhido ser um naipe assimétrico
para as duas mãos do campo defensivo, o que equivale a
dizer que existe perigo de bloqueio. As receitas para este mal
já foram estudadas anteriormente, mas nunca é demais
lembrar - começar por jogar as honras da mão curta.
Esta tarefa que, como já vimos, pode ter alguma complexidade
para o declarante, torna-se muito mais complicada para a defesa.
O declarante vê as cartas do parceiro (o morto). Os defensores
não podem ver as cartas um do outro.
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742 |
|
Pela saída,
é conhecida uma sequência de, pelo menos, 3 cartas
equivalentes «DV10». Por outro lado, fica-se a saber
que o «R» está na mão escondida do
declarante. |
D |
¨ |
A83 |
|
742 |
|
Pela saída,
é conhecida uma sequência de 3 cartas equivalentes
«RDV». Fica-se a saber que a defesa possui todas
as honras no naipe. Resta gerir as comunicantes entre mão
curta e mão comprida |
R |
¨ |
A103 |
Que
carta jogar pelo parceiro ?
A atitude
do parceiro é, obviamente, diferente caso a saída
seja a uma honra ou a uma carta pequena. Por outro lado, a análise
do morto desempenha também um importante papel.
- Após
a saída a uma honra
Por exemplo,
a saída a uma «D».
A saída promete «DV10x...» e nega a honra
imediatamente superior, neste caso o «R». Se o parceiro
tiver «Rx», deve desbloquear o «R», na
1ª vaza do naipe. Depois pode ser demasiado tarde!!!
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732 |
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Depois da saída
à D e do aparecimento do morto, Este deve jogar o A. O
R está na mão do declarante e irá realizar
vaza .... a menos que esteja seco! |
DV1085 |
¨ |
A64 |
|
R32 |
|
Depois da saída
à «D» e do aparecimento do «R»
no morto, Este deve jogar uma pequena carta, deixando o parceiro
em mão. Desta forma, a defesa realizará 3 vazas
no naipe, se Oeste não tiver qualquer entrada lateral
ou 5 vazas se houver uma entrada lateral ou se o declarante jogar,
prematuramente, o «R» do morto. Se jogar o «A»
sem o declarante ter jogado o «R» do morto, perderá,
em qualquer das hipóteses referidas, 1 vaza. |
DV1085 |
¨ |
A64 |
- Após
a saída a uma pequena carta (4ª carta)
A conclusão
é que o jogador que sai tem, pelo menos, 4 cartas no naipe,
sem sequência de honras. A tarefa do parceiro é
agora, se possível, colaborar no apuramento do naipe
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742 |
|
Nesta fase inicial
de aprendizagem, há a tendência para "poupar"
as honras. Jogar o «8» nesta situação
tem um efeito duplamente negativo. Em primeiro lugar, permite
ao declarante ganhar a vaza com uma pequena carta, por exemplo,
o «9». Depois retarda o apuramento do naipe. |
5 |
¨ |
R83 |
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742 |
|
O diagrama completo
do exemplo anterior pode ser este. Se jogar o «8»,
o declarante ganha a vaza com o «9» e outra ainda
com o «A». Se jogar o «R» o declarante
apenas conseguirá 1 vaza, o «A», desde que
seja Este a atacar o naipe. |
D1065 |
¨ |
R83 |
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AV9 |
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Alguns casos especiais:
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742 |
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Coloque-se no lugar
de Oeste e tente reconstituir as cartas no naipe que escolheu
para sair. Onde está a «D»? Na mão
do parceiro ou na mão do declarante?
O jogador que sai com uma sequência sai à cabeça
de sequência para mostrar ao parceiro o teor do naipe que
escolheu - sinalização. Da mesma forma, quando
vamos assistir a um naipe jogado pelo parceiro e temos um conjunto
de cartas equivalentes, devemos jogar a carta mais pequena da
sequência. Porquê? Sinalização! |
V985 |
¨ |
R |
|
A |
|
|
742 |
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Duas cartas equivalentes,
jogamos a carta mais baixa da sequência. A vaza só
poderá ser ganha pelo declarante com o «A»,
ficando a faltar o «R». Embora o declarante possa
tê-lo, deliberadamente, escondido, existe uma probabilidade
razoável de o «R» estar em Este. |
5 |
¨ |
RD3 |
Outra situação especial é quando o jogador
a seguir ao morto tem uma fourchette relativamente às
cartas do morto.
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1072 |
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Chama-se fourchette
a combinações do tipo «V9», «D10»,
«AD», etc... Quando a carta que falta na fourchette está
à vista, no morto, devemos jogar a carta mais baixa da
fourchette. No nosso exemplo, a carta que falta na fourchette
é o «10», que está no morto, pelo
que se deve jogar o «9» |
5 |
¨ |
V93 |
A
voz de convite em 2ST, após uma abertura de 1ST
Vamos
precisar um pouco melhor um conceito já discutido no Capítulo
II - a sequência de convite após uma abertura em
1ST.
Sendo a abertura de 1ST precisa quanto a força e distribuição,
o respondente está, muitas vezes, em situação
de decidir o contrato final: «Passe» quando não
há força suficiente para partida (mãos de
0-8 pontos) ou «3ST» quando há a garantia
de, pelo menos, 25 pontos no campo (mãos de 10+ pontos).
Restam as mãos de 9 pontos que, dependendo do abridor
estar no valor máximo ou no valor mínimo do intervalo
de pontos anunciado, podem ou não ter força para
partida.
Para estas situações, o respondente tem há
sua disposição a marcação de «2ST»,
que funciona como um convite. Com uma abertura de 15 pontos o
abridor «Passa» a «2ST», com 16 ou 17
pontos marca «3ST». Esta abordagem levanta um problema,
relativamente às mãos de 8 pontos. Das 3 hipóteses
possíveis, 15-16-17 pontos, só numa delas se atingem
os 25 pontos necessários para partida. Por esta e outras
razões, que discutiremos mais tarde, devemos eliminar
os 8 pontos da zona de convite. O nosso esquema de respostas
ficará assim:
0 a
8 pontos |
» |
PASSE |
9 pontos |
» |
2ST |
10
a 16 pontos |
» |
3ST |
17
pontos |
» |
4ST
(mais à frente estudaremos esta sequência) |
18
a 20 pontos |
» |
6ST |
21
pontos |
» |
5ST
(mais à frente estudaremos esta sequência) |
22
a 25 pontos |
» |
7ST |
Vamos ver alguns exemplos sobre a atitude do respondente após
uma abertura em 1ST:
1 |
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2 |
|
3 |
|
4 |
ª84
©962
¨D963
§V742 |
ªR75
©85
¨RV63
§A852 |
ªRV8
©96
¨A963
§8742 |
ªR94
©96
¨A963
§D742 |
3 pontos
«passe» |
11 pontos
«3ST» |
8 pontos
«passe» |
9 pontos
«2ST» |
|