As
vazas de comprimento do declarante
Para
além dos métodos já estudados para realizar
vazas - cartas mestres e apuramento de honras secundárias
- quer o campo do declarante quer a defesa podem realizar as
chamadas vazas de comprimento.
ARDV |
¨ |
752 |
4 cartas
mestres, 4 cartas na mão comprida = 4 vazas |
ARDV2 |
¨ |
754 |
4 cartas
mestres, 5 cartas na mão comprida = 5 vazas (excepto com
o naipe 5-0 na defesa) |
|
Chama-se
VAZA
DE COMPRIMENTO
a uma vaza ganha por uma pequena carta de um naipe, quando já
nenhum dos adversários possui cartas desse naipe. |
ARD874 |
¨ |
9632 |
Com 10 cartas no campo,
restam apenas 3 cartas no naipe para os adversários. As
3 cartas mestres darão conta desse resíduo, qualquer
que seja a sua distribuição. As restantes cartas
pequenas «8», «7» e «4» tornam-se
vazas de comprimento. |
ARD84 |
Restam 5 cartas aos
adversários «V», «10», «9»,
«6» e «5». De acordo com a distribuição
destas cartas pelos 2 adversários, assim dependerá
o número de vazas a realizar no naipe.
1. Se todas as cartas estiverem na mão de um defensor,
apenas 3 cartas mestres realizarão vazas no campo do declarante.
2. Se a distribuição for 4-1, o declarante poderá
realizar 4 vazas - 3 à conta das cartas mestres e 1 de
comprimento (a 5ª carta da mão comprida). Neste caso,
os adversários terão de realizar 1 vaza no naipe.
3. Se a distribuição for 3-2, as 3 cartas mestres
eliminam as cartas dos adversários e «8» e
«4» tornam-se vazas de comprimento. |
¨ |
732 |
|
Existe uma
única condição para que uma pequena carta
se possa transformar em vaza de comprimento: ter mais cartas
que a mão mais comprida dos adversários. |
As hipóteses
de distribuição das cartas de determinado naipe
foram calculadas em termos de probabilidades. Conhecer as mais
comuns é útil para se ter uma ideia das hipóteses
de apuramento de pequenas cartas. Mas, antes do mais, o declarante
precisa de ver e contar as cartas que saem das mãos dos
defensores. Cada jogador poderá escolher o seu método
para desempenhar esta tarefa. O que nos parece mais apropriado
e mais eficaz é, relativamente ao naipe que interessa,
partir do número de cartas em posse dos adversários
e ir subtraindo a este número as cartas que saem, à
medida que o naipe está a ser jogado. O quadro seguinte,
mostra os resultados aproximados do cálculo de probabilidades
para os resíduos mais frequentes:
Nº CARTAS DO CAMPO |
Nº CARTAS DOS
ADVERSÁRIOS |
RESÍDUOS POSSÍVEIS |
PROBABILIDADE APROXIMADA |
6 |
7 |
4 - 3 |
2 vezes em
3 (66%) |
5 - 2 |
1 vez em
3 (33%) |
6 - 1 |
raro |
7 - 0 |
muito raro |
7 |
6 |
3 - 3 |
1 vez em
3 (33%) |
4 - 2 |
1 vez em
2 (50%) |
5 - 1 |
1 vez em
6 (16%) |
6 - 0 |
muito raro |
8 |
5 |
3 - 2 |
2 vezes em
3 (66%) |
4 - 1 |
1 vez em
3 (33%) |
5 - 0 |
raro |
9 |
4 |
2 - 2 |
2 vezes em
5 (40%) |
3 - 1 |
1 vez em
2 (50%) |
4 - 0 |
1 vez em
10 (10%) |
O
golpe em branco
O apuramento
de vazas em comprimento obriga o declarante a jogar várias
vezes o naipe. Em função da localização
da mão comprida, é fundamental saber gerir as comunicantes
entre as duas mãos. Examine o diagrama seguinte:
Sul joga 3ST
Saída: ©D |
ª74
©653
¨AR742
§R63 |
|
Com 7 vazas certas,
correspondentes a outras tantas cartas mestres, «oiros»
é o naipe de trabalho de Sul para tentar realizar as vazas
que lhe faltam. Faltando-lhe 5 cartas no naipe, a distribuição
mais provável é 3-2, de acordo com o quadro acima
mencionado. Assim, ganha a vaza de saída, joga 2 voltas
de oiros, utilizando as 2 cartas mestres no naipe e, ao verificar
que ambos os defensores assistem, joga uma 3ª volta no naipe.
Este ganha a vaza, mas as 2 pequenas cartas do morto estão
apuradas e o §R é
uma entrada certa no morto para realizar as 2 vazas em oiros.
De realçar que, nesta manobra para apuramento das vazas
de comprimento, o declarante teve de ceder a mão a um
adversário. |
ªR1096
©DV109
¨V3
§V52 |
|
ªD53
©842
¨D108
§D1097 |
|
ªAV82
©AR7
¨965
§A84 |
|
Vamos
alterar um pouco a situação:
Sul joga 3ST
Saída: ©D |
ª74
©653
¨AR742
§863 |
|
As mesmas 7 vazas certas!
Embora, aparentemente, todas as condições se mantenham,
existe uma enorme diferença relativamente ao diagrama
anterior. Com efeito, a deslocação do §R para a mão do declarante retirou ao
morto uma entrada fundamental. Se repetir o procedimento anterior
irá, da mesma forma, apurar 2 vazas no naipe de oiros
mas fica sem comunicante para as realizar. A solução
está em "inventar" uma comunicante no próprio
naipe. Lembre-se que, para apurar o naipe, teve de ceder uma
vaza ao adversário. Sendo um mal inevitável, o
timing em que tal acontece é controlado pelo declarante.
A perda da vaza em oiros que, no exemplo anterior, ocorreu na
3ª puxada no naipe, deverá agora ocorrer na 1ª.
Jogue um pequeno oiro das duas mãos na 2ª vaza. Mantém
as 2 cartas mestres em oiros no morto e uma pequena carta na
sua mão. Sairam 2 cartas das 5 inicialmente em poder da
defesa. Se o naipe estiver 3-2, premissa válida também
para o exemplo anterior, as 2 cartas restantes na mão
comprida dos adversários irão cair debaixo das
2 cartas mestres, ficando o o naipe apurado e a mão no
sítio certo: o Morto.
A esta técnica de gestão de comunicantes chama-se
GOLPE EM BRANCO. |
ªR1096
©DV109
¨V3
§V52 |
|
ªD53
©842
¨D108
§D1097 |
|
ªAV82
©AR7
¨965
§AR4 |
|
O
duplo golpe em branco
A técnica
do Golpe em Branco é utilizada em muitas situações
e com algumas variantes:
AR642 |
¨ |
975 |
ou |
R8642 |
¨ |
A75 |
As cartas mestres podem
estar na mesma mão ou distribuídas pelas 2 mãos.
Em qualquer dos casos, a técnica é a mesma - pequena
carta dos 2 lados na primeira puxada no naipe. |
Em ambas
as situações, no entanto, existem 2 cartas mestres
no campo. Mas a manobra também é possível
com apenas 1 carta mestre, só que...
A9543 |
¨ |
762 |
O número de
cartas no campo é o mesmo, as hipóteses de apuramento
também. Mas, com menos 1 carta mestre, faz-se menos 1
vaza, para além de ter de se ceder 2 vezes a mão
ao adversário |
Quando, em
casos destes, se verifica também um problema de comunicantes,
a solução está em jogar 2 vezes pequenas
cartas das 2 mãos, mantendo uma pequena carta na mão
curta, a carta mestre e as cartas pequenas na mão comprida.
A técnica é conhecida por DUPLO GOLPE EM BRANCO.
Sul joga 3ST
Saída: ©D |
ªV93
©87
¨A9643
§764 |
|
7 cartas mestres, 7vazas
certas! O naipe de oiros continua a ser a solução
para o problema, mas a ausência de comunicantes para o
morto vai requerer alguma perícia adicional e, também,
alguma sorte. Ganha a vaza de saída e joga um oiro pequeno
das 2 mãos (Golpe em Branco). A defesa continua em copas,
eliminando a 2ª e última defesa no naipe. Novamente,
um oiro em branco das 2 mãos (Duplo Golpe em Branco).
A questão da perícia está resolvida, falta
agora o factor sorte. Com efeito, se a mão comprida a
copas tiver 5 cartas no naipe e não 4, o contrato será
derrotado - 3 copas e 2 oiros. Existe, portanto, risco o que,
naturalmente, perturba os jogadores em fase de aprendizagem.
Mas, quando calculado e consciente, o risco é, no bridge
como na vida, a diferença que separa os vencedores dos
perdedores...
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ª1062
©DV106
¨RV10
§R53 |
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ª8754
©952
¨D5
§V1092 |
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ªARD
©AR43
¨872
§AD8 |
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