Pontuação
e Tabela de Decisão para contratos em naipes ricos
Quando
o contrato marcado é cumprido, a cada nível de
contrato são atribuídos 30 pontos. Tal como nos
contratos em ST, o prémio de partida é atribuído
sempre que a pontuação obtida seja igual ou superior
a 100 pontos. Logo, para contratos com o trunfo em copas ou em
espadas será necessário marcar e cumprir um contrato
de nível 4 para chegar a esse valor. Aos contratos de
nível mais baixo, quando cumpridos, é atribuída
a bonificação para contratos parciais. Ficamos,
assim, com a seguinte tabela de decisão:
TABELA
DE DECISÃO |
NÚMERO DE PONTOS |
CONTRATO |
PONTUAÇÃO |
37 a 40 |
7ª/7© (13 vazas) |
1510 = (30x7)+300+1000 |
33 a 36 |
6ª/6© (12 vazas) |
980 = (30x6)+300+500 |
30 a 32 |
5ª/5© (11 vazas) |
450 = (30x5)+300 |
27 a 29 |
4ª/4© (10 vazas) |
420 = (30x4)+300 |
25 a 26 |
3ª/3© (9 vazas) |
140 = (30x3)+50 |
23 a 24 |
2ª/2© (8 vazas) |
110 = (30x2)+50 |
20 a 22 |
1ª/1© (7 vazas) |
80 = (30+50) |
Comparando
esta tabela com a referente aos contratos de ST, ressalta a diferença
entre o número de vazas que o declarante tem de prometer
e realizar para obter o prémio de partida - 9 vazas para
contratos em ST, 10 vazas para contratos trunfados, em copas
ou espadas. Por outro lado, de acordo com a Tabela de Decisão,
são necessários 25 pontos para um contrato de 9
vazas e 27 para um contrato de 10 vazas. Uma leitura precipitada
destes números pode levar-nos a concluir que se devem
privilegiar os contratos de ST aos contratos trunfados, por ser
mais fácil obter a bonificação de partida.
Nada de mais errado !
Em primeiro lugar, há que recordar a natureza dos pontos:
para contratos em ST contam-se pontos de honra e, eventualmente,
pontos de comprimento, para contratos em trunfo contabilizam-se,
também, pontos de distribuição. Acontece
com frequência que, existindo fit, muitas mãos atingem
os 27DH sem ter 25H. Por outro lado, é mais fácil
realizar vazas em trunfo do que em ST, da mesma forma que é
mais fácil impedir que os adversários desenvolvam
vazas em naipes compridos.
|
Do exposto,
podemos concluir que a descoberta de um fit em naipe rico é
uma prioridade do leilão. |
Pontuação
e Tabela de Decisão para contratos em naipes pobres
Quando
o contrato marcado é cumprido, a cada nível de
contrato são atribuídos 20 pontos. Tal como nos
outros contratos, o prémio de partida é atribuído
sempre que a pontuação obtida seja igual ou superior
a 100 pontos. Logo, para contratos com o trunfo em paus ou em
oiros será necessário marcar e cumprir um contrato
de nível 5 para chegar a esse valor. Aos contratos de
nível mais baixo, quando cumpridos, é atribuída
a bonificação para contratos parciais. Ficamos,
assim, com a seguinte tabela de decisão:
TABELA
DE DECISÃO |
NÚMERO DE PONTOS |
CONTRATO |
PONTUAÇÃO |
37 a 40 |
7¨/7§ (13 vazas) |
1440 = (20x7)+300+1000 |
33 a 36 |
6¨/6§ (12 vazas) |
920 = (20x6)+300+500 |
30 a 32 |
5¨/5§ (11 vazas) |
400 = (20x5)+300 |
27 a 29 |
4¨/4§ (10 vazas) |
130 = (20x4)+50 |
25 a 26 |
3¨/3§ (9 vazas) |
110 = (20x3)+50 |
23 a 24 |
2¨/2§ (8 vazas) |
90 = (20x2)+50 |
20 a 22 |
1¨/1§ (7 vazas) |
70 = (20+50) |
Comparando
esta tabela com as referentes aos contratos ST e em naipes ricos,
o balanço é altamente desfavorável aos contratos
em pobres - 11 vazas para obter a bonificação de
partida contra 9 e 10, respectivamente.
TABELA
COMPARATIVA: CONTRATO EM RICO vs CONTRATO EM POBRE |
FORÇA DO CAMPO |
CONTRATO EM RICO |
CONTRATO EM POBRE |
CONTRATO |
PONTUAÇÃO |
CONTRATO |
PONTUAÇÃO |
37 a 40 |
7ª/7© (13 vazas) |
1510 |
7¨/7§ (13 vazas) |
1440 |
33 a 36 |
6ª/6© (12 vazas) |
980 |
6¨/6§ (12 vazas) |
920 |
30 a 32 |
5ª/5© (11 vazas) |
450 |
5¨/5§ (11 vazas) |
400 |
27 a 29 |
4ª/4© (10 vazas) |
420 |
4¨/4§ (10 vazas) |
130 |
25 a 26 |
3ª/3© (9 vazas) |
140 |
3¨/3§ (9 vazas) |
110 |
23 a 24 |
2ª/2© (8 vazas) |
110 |
2¨/2§ (8 vazas) |
90 |
20 a 22 |
1ª/1© (7 vazas) |
80 |
1¨/1§ (7 vazas) |
70 |
|
ªA962
©3
¨R986
§DV94 |
|
Sul abre e Norte transmite
as informações referentes ao seu jogo:
antes do aparecimento do trunfo, com 24HL no campo, Sul declarava
o contrato de 2ST. Oeste saía ao ©R
e o declarante contava 5 vazas certas. Para cumprir o contrato
necessitava de apurar vazas em paus mas, a ausência de
controlo no naipe (o «A»), permitiria à defesa
derrotar o contrato - 5 copas e 1 pau. Agora, com 9 cartas de
paus no campo, a escolha do naipe para trunfo irá permitir
ao campo NS realizar 12 vazas, concedendo apenas o §A. |
ª96
©RDV965
¨V73
§A5 |
|
ª108543
©1087
¨54
§73 |
|
ª7
©A42
¨AD102
§R10862 |
|
|
Do que foi
dito resulta que a escolha de contratos trunfados em naipes pobres
é um último recurso. Como regra geral, para marcar
um contrato em naipe pobre é necessário que:
- o número de pontos honra seja insuficiente para marcar
uma partida em ST
- existam, no mínimo, 9 cartas de trunfo no campo. |
A escolha do contrato - prioridades
Para
determinar o contrato final o abridor utiliza:
- a informação recebida do parceiro (papel com
a força e a distribuição)
- a Tabela de Decisão e as tabelas de pontuação
para cada tipo de contrato
- conhecimento do poder do trunfo, que permite, graças
ao corte, realizar um maior número de vazas.
Esta última ferramenta deve conduzir à designação
de um contrato trunfado, desde que exista um fit. No entanto,
as consequências resultantes da tabela de pontuação,
obrigam a que se encontrem respostas para uma série de
questões, antes de decidir a natureza do contrato. Vamos
recapitular os passos a seguir:
O campo possui, no mínimo,
25HL
- Marcar 4ª/4©, desde que tenha fit (8 ou mais cartas no
naipe) e um mínimo de 27HLD.
- Caso não exista fit em naipe rico, marcar 3ST.
O campo possui menos de 25HL ?
- Marcar um contrato parcial em ª
ou ©, desde que tenha fit (8 ou mais cartas no
naipe).
- Marcar um contrato parcial em ¨
ou §, desde que tenha fit (9 ou mais cartas no
naipe).
- Marcar um contrato parcial em ST
No caso
do abridor concluir que o seu campo tem menos de 20 pontos em
linha, o campo adversário é maioritário
e, como tal, compete-lhe decidir qual o contrato final. Assim,
após análise da informação fornecida
pelo parceiro, o abridor ao verificar esta situação
declara «Eu passo». O jogador à direita do
abridor transmite as informações relevantes sobre
o seu jogo ao parceiro e este, sentado à esquerda do abridor,
após consultar a Tabela de Decisão, anuncia o contrato
final.
Complementos sobre a técnica do corte
Uma das
vantagens dos contratos trunfados é a possibilidade de
realizar vazas em corte:
|
ª8
©94
¨-
§2 |
|
Sul joga um contrato
em ST. Oeste está em mão a 4 vazas do fim e joga
o ªV. Este
ganha a vaza com o ªA, tira o §10
e joga oiros. O
campo EO realiza as 4 últimas vazas.
Suponha agora que Sul está a jogar um contrato em copas.
Oeste ataca com o ªV, Este
ganha a vaza com o ªA e joga o §10. Sul pode agora cortar da sua mão
e jogar uma espada para cortar no morto, realizando 3 das 4 útimas
vazas.
Mas, atenção:
Os poderes do trunfo são válidos para os 2 campos.
Se o declarante mandar cortar a espada com o ©4, Este estará em condições
de recortar com o ©5, ganhando a vaza para o seu
campo. |
ªV10
©-
¨R10
§- |
|
ªA
©5
¨8
§10 |
|
ª94
©86
¨-
§- |
|
Algumas vezes
o declarante deverá manobrar de forma a preservar o controlo
da situação:
ªARD
©RV105
¨D96
§V63 |
Sul joga um contrato
de 6© e recebe a saída ao
§10. Graças à
existência do §A, o declarante pode ganhar
a vaza de saída, ou seja, tem um controlo de 1ª no
naipe que está a ser jogado. Mas, uma vez jogada a carta,
fica com 2 pequenas cartas em cada uma das mãos, ou seja,
não controla mais o naipe. Como também não
tem controlo de 1ª no naipe de trunfo, se ceder a mão
a um adversário o contrato estará condenado, uma
vez que a defesa irá realizar mais 2 vazas em paus. Então,
antes de destrunfar, há que tentar recuperar o controlo
no naipe problema - paus. Para tal, antes de tirar trunfos, precisa
de jogar 3 voltas de espadas, baldando 2 paus perdentes da mão.
Recuperado o controlo em paus é, finalmente, tempo de
destrunfar e reclamar o contrato, cedendo apenas 1 vaza para
o ©A.
Esta manobra só é possível de realizar num
contrato trunfado! |
|
ªV
©D97642
¨ARV
§A42 |
ªRV9
©RDV
¨A84
§AR72 |
Sul joga um contrato
de 6ª e recebe a saída à
§D. Em paus, o declarante tem
2 controlos mas, ainda assim, uma vaza perdente. Com 1 perdente
certa a copas, Sul terá de baldar a perdente em paus numa
das honras de copas, em Norte, que terá, entretanto de
apurar. Em contraste com o exemplo anterior, o facto de ter 2
controlos em paus, possibilita que o carteador ganhe a vaza de
saída, destrunfe e, só depois, se lance no apuramento
do naipe de copas para baldar o pau perdente. Para uma melhor
compreensão do carteio, vamos analisar a técnica
em pormenor:
1 - Ganha a vaza de saída com 1 das figuras de paus do
morto
2 - Tira os trunfos dos adversários. Para tal necessitará
de jogar o naipe tantas vezes quanto o número de cartasde
espadas na mão mais comprida da defesa (faltando 5 cartas,
a distribuição mais normal é 3-2 pelo que
tem de tirar 3 voltas de trunfo, no mínimo).
3 - Joga copas.
4 - Quando um dos adversários fizer o ©A, irá atacar paus. Ganha a vaza no
morto e na 3ª volta de copas balda o pau perdente da mão.
5 - Resta-lhe reclamar o resto das vazas |
|
ªAD1082
©72
¨RD6
§653 |
Controlar
um naipe significa ter capacidade para impedir o adversário
de aí realizar 1 vaza, das seguintes formas:
Com honras, desde que estas sejam
mais altas que as do campo adversário;
Por corte, desde que não
tenha cartas para assistir ao naipe que está a ser jogado. |