A
defesa ou flanco
Uma boa
parte deste capítulo vai ser dedicada ao jogo defensivo
em contratos trunfados. Os objectivos da defesa são desde
a carta de saída, bem diferentes dos que definimos para
a defesa contra contratos em ST.
Os
trunfos da defesa
Em contratos
trunfados, o sucesso de muitos deles dependerão da capacidade
dos dois campos em usar correctamente os seus trunfos.
Apesar do trunfo ser um naipe escolhido pelo campo adversário,
a defesa pode e, em muitos casos, consegue utilizar os poderes
do trunfo a seu favor.
Vazas
naturais de trunfo
Uma diferença
fundamental entre o trunfo e os restantes naipes é que
as cartas mestres no naipe de trunfo serão, garantidamente,
transformadas em vazas. As cartas mestres dos outros naipes podem
ser cortadas, no caso de um dos jogadores não ter cartas
do naipe para assistir.
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ªV1085
©-
¨RD62
§97643 |
Imagine-se
sentado em Oeste, a sair contra um contrato do adversário
em espadas. No naipe de copas residem as suas esperanças
de realizar vazas para o seu campo. Sai, naturalmente, ao ©A e
o aparecimento do morto vai-lhe provocar uma cruel desilusão:
o morto corta o naipe, à primeira, e as suas supostas
vazas no naipe acabaram de se evaporar. |
ª963
©ARD6
¨1083
§852 |
|
Mesmo antes de ver o morto, um defensor pode estar em condições
de identificar uma ou várias vazas no naipe de trunfo:
ª63
©DV10
¨RV52
§A864 |
A
jogar contra um contrato em copas, este defensor sabe que tem
uma vaza certa em trunfo, independentemente, da distribuição
das cartas restantes. |
Na
maioria das situações no entanto, número
de vazas a realizar no naipe vai depender da colocação
das honras nos adversários.
Nos exemplos seguintes, está em Oeste a jogar contra contratos
em copas:
I |
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II |
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III |
|
IV |
|
V |
ªD7
©R73
¨10843
§V985 |
ª62
©DV5
¨A543
§10985 |
ªV982
©D82
¨8643
§R6 |
ªR872
©D7
¨R973
§V102 |
ªV872
©AD10
¨63
§9863 |
No caso I, o ©R pode ser vaza,
caso o ©A esteja em Sul ou
com o parceiro. Se o ©A estiver em Norte, o ©R estará na passagem.
No caso II, a combinação ©DV representa uma boa hipótese
de garantir uma vaza para a defesa, a menos que ©AR apareçam
em Norte.
No caso III, a ©D vai realizar uma
vaza sempre que ©AR estejam em Sul.
Mesmo com as honras divididas, será ainda necessário
que o declarante acerte a colocação da ©D que, do seu ponto
de vista, pode estar na mão de qualquer dos defensores.
No caso IV, as hipóteses de realizar vaza com a ©D dependem do número
de cartas de trunfo em poder do campo adversário. Com
8 cartas em linha, as hipóteses de vaza são idênticas
à do exemplo anterior. Com 9 cartas em linha, as hipóteses
são muito remotas, uma vez que é o caso em que
o declarante deve jogar "à cabeça" (pelo
menos os que leram este manual...).
No caso V, existe uma vaza certa, o ©A. Em função da distribuição
das honras no campo adversário, o total de vazas para
a defesa irá variar entre 1e 3 vazas.
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ªA54
©8743
¨D1082
§A3 |
Oeste pode
contar com 3 vazas certas no naipe, uma vez que está em
condições de cobrir qualquer carta jogada por Sul |
ªV872
©AD10
¨63
§9863 |
|
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ªA54
©R743
¨V1082
§103 |
Neste caso,
apenas 2 vazas no naipe, uma vez que o ©R do morto irá "matar"
uma das honras de Oeste |
ªV872
©AD10
¨63
§9863 |
|
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ªA54
©RV43
¨V1082
§103 |
Agora, perante
um declarante competente, apenas 1 vaza no naipe, o ©A. Olhando para as
cartas de trunfo expostas, o declarante vai, seguramente, jogar
o naipe da mão em direcção ao morto. Para
perder apenas 1 vaza, basta-lhe cobrir a carta que apareça
em Oeste, ou jogar pequena quando aparecer o ©A. |
ªV872
©AD10
¨63
§9863 |
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De realçar ainda que, para qualquer dos casos analisados,
as hipóteses da defesa são muito maiores se for
o declarante a manejar o naipe de trunfo! |